Quando estive apiay, embebi de teclados (cordas sintéticas) os arranjos, elaborei melodias sob dissonâncias menores e desacelerei a velocidade das minhas canções - fossem elas de qualquer espécie de música romântica, tanto "amor romântico" como qualquer outro "ideal romântico". Assim queria a minha depressão curar-se a si mesma. Quando estive iñaron, a minha fúria à flor da pele me compelia a uma estética abrasiva: distorções em tudo - vozes e guitarras, substituindo o baixo pelo som sintético do lead sawtooth, ainda mais abrasivo que o próprio baixo sob efeito de distorção. Assim exigia a minha extrema irritabilidade - um golpe para afastar os afetados e restabelecer-se o equilíbrio dos meus próprios afetos. Quando estive na minha mais elevada altura: um céu não exatamente desanuviado... estava acima das nuvens! - atmosfera rarefeita, ar seco... tudo como anseia a minha grande saúde. Ali, minhas canções eram rápidas e fortes, contudo, leves. O júbilo experimentado com a existência era refletido na minha alegria em desenhar linhas de baixo que determinavam o chão por sobre o qual a minha guitarra e minha voz dançavam. Distorções, sim, nas guitarras (sempre mais de uma) e na voz - assim queria a minha força ser reconhecida. Que nome dariam os Ka'apor para tal estado de espírito? Ou os gregos? Que nome daria eu mesmo para aquilo que criei para além de bem e mal, para além de mim? Oxalá que eu sempre volte para cá: a minha montanha! Aqui o ar é mais puro! Minhas vias aéreas mais livres, meu pulmão tem mais fôlego; a vida é sempre mais alegre!
"Conhece-te a ti mesmo - torna-te quem tu és"
"Conhece-te a ti mesmo - torna-te quem tu és"
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