segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Felicidade Perene, Alegrias Efêmeras

Olhar para cada dia e dizer: como és linda, Terra, e jamais quereria eu outra vida que não esta! Abençoar o acaso e fazer de tudo degrau ou escada - ou ainda escalada - para elevar a si mesmo. Quantos dominam essa alquimia dos afetos? Poucos, deveras - e isso pouco importa: é preciso saber desviar o olhar daquilo que suja, que enoja, que polui a face da Terra com sua eterna impotência, seu veneno mesquinho destilado a partir da incontornável insatisfação consigo mesmo.

Importa eu: fazer da minha existência uma felicidade perene - que comporta solenemente umas tantas desventuras; sabe aceitar umas tantas frustrações; e tem fígado para digerir até mesmo alguns amargos remorsos - e, no entanto, satisfaz a si mesma, sente-se igualmente plena com as tantas alegrias efêmeras - algumas não duram mais que o desabrochar de meia dúzia de rosas - que encontramos pela vida; com os bons encontros; com a paz de espírito degustada na solitude, na natureza; com o sentimento de fortalecimento do corpo; com as amizades que nos elevam.

Para mim, é este o ensinamento do eterno retorno de Nietzsche: viveria a minha vida até aqui novamente por infinitas vezes - eu honro minhas experiências a partir do momento em que aprendo com elas; eu tenho orgulho, pois, exercitei no mundo a minha vontade -, todavia, daqui pra frente, vou fazer ainda melhor, vou ser ainda mais leve e forte. Para tanto, para tal grandeza na saúde, são imprescindíveis alguns mergulhos em algumas de nossas pequenas doenças, deveras - que melhor forma há para exercitar nosso sistema imunológico?

Oxalá Nietzsche seja reconhecido como um precursor de uma filosofia prática da nutrição!

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