"O Anti-Cristo" é o último livro de Nietzsche lúcido. A loucura de Nietzsche não deveria ser tomada como um depreciador de sua obra (talvez até o contrário...), pois, ali estão algumas das suas mais importantes contribuições ao pensamento, ideias, achados sobre a nossa "civilização":
1. Como o cristianismo - este edifício milenar de práticas sociais inversamente proporcionais aos ensinamentos daquele rebelde, criminoso político que morreu na cruz, o assim chamado Jesus... - é a última consequência do judaísmo, não o seu contrário, como se supunha em tese. Todas as manchetes do jornalismo ocidental sobre a questão da Palestina corroboram com essa visão. E muitíssimos outros aspectos do presente também, como o apego dos evangélicos ao antigo testamento (um livro judeu) e as suas passagens moralistas, só pra tomar um outro exemplo.
2. As semelhanças entre a rebeldia da figura de Jesus (e do cristianismo primitivo, de modo geral) com a dos socialistas do século XIX, de modo geral - o discurso de moral dualista (bem x mal), a pregação da revanche (ainda que apenas nos céus!) e suas inúmeras implicações nas práticas sociais; em uma expressão nietzscheana: a excitação dos escravos; a exaltação de tudo aquilo que é fraco, que não tem força pra sustentar a si mesmo, a própria vontade... (Nem por isso o antisocialismo de nietzsche deveria afastar a sua leitura dos intelectos inquietos, de esquerda... Exatamente o contrário, pois, todas as críticas de Nietzsche aos socialistas são válidas, nobres, e atestadas pela história do século passado)
3. A análise, em símbolos, da conquista dos povos bárbaros; do caminho de destruição das culturas pagãs dos povos tribais da europa trilhado pelo cristianismo na sua peregrinação de Jerusalém à Roma, um ensaio do assassínio, exploração e escravização das culturas não-cristãs de todo o mundo ao longo dos últimos cinco séculos.
O arranjo presente das coisas no mundo - e do mundo nas coisas - é a última consequência do cristianismo, ou da cultura ocidental, ou do capitalismo, como quer que chamemos este verme que nos rói por dentro.
Pagamos um preço muito alto para vivermos nesse presente horrível, meras peças na engrenagem de uma economia financeira, embuste de produção de valor em que quem vale mais é quem mais possui.
Todavia, não há preço alto o suficiente a pagar para sermos honestos, genuínos, singulares, reverberando a dissonância que vibra no mais profundo de nós mesmos.
"Em meus filhos quero superar o ser filho de meus pais e em todo o futuro este presente!" (Nietzsche em "Assim Falou Zaratustra")
"Antes dever do que pagar com uma moeda cunhada com uma imagem que não é a nossa!" (Nietzsche em "A Gaia Ciência")
1. Como o cristianismo - este edifício milenar de práticas sociais inversamente proporcionais aos ensinamentos daquele rebelde, criminoso político que morreu na cruz, o assim chamado Jesus... - é a última consequência do judaísmo, não o seu contrário, como se supunha em tese. Todas as manchetes do jornalismo ocidental sobre a questão da Palestina corroboram com essa visão. E muitíssimos outros aspectos do presente também, como o apego dos evangélicos ao antigo testamento (um livro judeu) e as suas passagens moralistas, só pra tomar um outro exemplo.
2. As semelhanças entre a rebeldia da figura de Jesus (e do cristianismo primitivo, de modo geral) com a dos socialistas do século XIX, de modo geral - o discurso de moral dualista (bem x mal), a pregação da revanche (ainda que apenas nos céus!) e suas inúmeras implicações nas práticas sociais; em uma expressão nietzscheana: a excitação dos escravos; a exaltação de tudo aquilo que é fraco, que não tem força pra sustentar a si mesmo, a própria vontade... (Nem por isso o antisocialismo de nietzsche deveria afastar a sua leitura dos intelectos inquietos, de esquerda... Exatamente o contrário, pois, todas as críticas de Nietzsche aos socialistas são válidas, nobres, e atestadas pela história do século passado)
3. A análise, em símbolos, da conquista dos povos bárbaros; do caminho de destruição das culturas pagãs dos povos tribais da europa trilhado pelo cristianismo na sua peregrinação de Jerusalém à Roma, um ensaio do assassínio, exploração e escravização das culturas não-cristãs de todo o mundo ao longo dos últimos cinco séculos.
O arranjo presente das coisas no mundo - e do mundo nas coisas - é a última consequência do cristianismo, ou da cultura ocidental, ou do capitalismo, como quer que chamemos este verme que nos rói por dentro.
Pagamos um preço muito alto para vivermos nesse presente horrível, meras peças na engrenagem de uma economia financeira, embuste de produção de valor em que quem vale mais é quem mais possui.
Todavia, não há preço alto o suficiente a pagar para sermos honestos, genuínos, singulares, reverberando a dissonância que vibra no mais profundo de nós mesmos.
"Em meus filhos quero superar o ser filho de meus pais e em todo o futuro este presente!" (Nietzsche em "Assim Falou Zaratustra")
"Antes dever do que pagar com uma moeda cunhada com uma imagem que não é a nossa!" (Nietzsche em "A Gaia Ciência")
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