segunda-feira, 13 de julho de 2015

Gracejos

Sempre que me são lançados gracejos carregados de uma pérfida inveja - no emprego, principalmente [emprego: que pode ser definido como o espaço e o tempo em que não se escolhe com quem convive-se. Diferente da família: dela, quem não merece minha proximidade, eu mesmo lanço-as à distância!] - lembro de vários aforismos do "Humano, Demasiado Humano", deste especialmente:

"495. O que há de revoltante num estilo de vida individual. - As pessoas se irritam com aqueles que adotam padrões de vida muito individuais; elas se sentem humilhadas, reduzidas a seres ordinários, com o tratamento extraordinário que eles dispensam a si mesmos."

Algumas pessoas não superam, em estatura intelectual, a altura das solas das minhas botas - posso apenas rir de suas frustradas tentativas de me alfinetar! Outras, como sapos inchados, querem sempre, em qualquer ocasião social, aparecer - sobre minhas costas, não, anfíbio asqueroso! Mal sabem da espessura da minha pele; da textura da minha derme, do rubor da minha tez; e teriam de viver uma vida inteira com o mundo por sobre as costas para ter a minha força. Deveras, apenas me deprime vez por outra ter de estar perto desse tipo de gente... Todavia, de que outro modo poderia rir-me do seu histérico saltitar?! Como poderia rir-me da sua barriga fina e das horrorosas veias e vísceras lhe transparecendo?! A doutrina do absoluto desprezo é um exercício assaz zombeteiro! Viva aos gracejos! Que sempre me permitam rir da mediocridade alheia! Apesar de me puxarem pra baixo, não me apequenam!

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