Ainda sobre a questão do reconhecimento civil de uniões homossexuais: acho uma graça que a palavra para designá-los no Brasil e no mundo seja 'gay' [do inglês derivada do latim tardio "gaio" que pode ser vertido em gaiato/a, significando na linguagem corrente "alegria", "jovialidade"]. De minha parte, invejaria um grupo que fora marcado por causa de tal símbolo..!
Lembro da "Gaia Ciência" de Nietzsche - em inglês, "The Gay Science"; alemão, "fröhliche Wissenschaft"; que vem da expressão provençal (dialeto do sul da França) "gai saber": a saber, o conhecimento necessário para a arte da poesia, um "conhecimento alegre" da vida, como define o próprio Nietzsche no prólogo do livro.
Em todo o caso, posso apenas lamentar que essa porção da humanidade tenha perdido o privilégio de viver à margem da normatividade social - que se traduz em padronização e controle dos afetos, morte dos desejos, quase sempre e no fim das contas.
Nós, aqueles que já vivemos o pesadelo do modelo padrão de vida, sabemos muito bem que o melhor a fazer por nossas vidas, em honra de nossa felicidade, é saltar para fora dele! Com um golpe afiado na bolsa que nos contém! Com um rasgo de ponta a ponta no véu do pensamento único, da moral, para além do bem e do mal! Que cada qual faça o seu caminho, a sua lei, a sua "tábua de valores"! De minha parte, não espero nem desejo nem a louvação nem a censura por parte de ninguém quanto aos meus parâmetros de vida. Muito menos de um monstro frio e mentiroso que é o Estado.
Reiterando: boa sorte! Vamos precisar!
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