terça-feira, 2 de junho de 2015

De Olhos Fechados

 Estive relendo algumas postagens antigas deste blog que já está próximo de fazer oito - o infinito de pé! - anos. Na primeira postagem, em que apresento o blog, há o seguinte comentário que me suscitou algumas dúvidas...
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Anônimo disse...
Primeiro, o desafio maior era incorporar a linguagem artística à uma obra musical acabada e irretocável como é a sua música. Fugir dos excessos, evitar o óbvio e alimentar a memória emotiva.

Era então preciso dar "corpo" ao diálogo contemporâneo com palavras cristalizadas. Você o fez. É requintado , lógico e até matemático. Um quase desacompanhado.

Só tinha de ser você.

te adoro.
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Pela referência à minha obra musical, lisonjeado, com toda aquela falsa modéstia que sempre me coubera... Todavia, por curiosidade... quem fora esse comentador anônimo? Fora aquela? Ou aquela outra? Ou ela? Que importa! Há espelhos de toda espécie, que distorcem de várias formas a nossa imagem! Hoje eu sei que o único modo de enxergar alguma coisa de mim mesmo é, a priori, de olhos fechados. Toda imagem recebida de fora é um espelho retorcido, um sopro que infla uma vaidade vacilante... quem no mundo poderia lançar-me alguma imagem próxima da que eu tenho de mim mesmo?! Qual aquele que "[...] perscruta o fascínio que dele se aproxima mas está longe de lhe ir ao encontro [...]" [Nietzsche em "Ecce Homo"].
 
Assim, está é a inscrição na minha porta:

"Quem aqui entra me dá uma honra, quem não entra me dá prazer" 
["O Poeta" Nietzsche em "A Gaia Ciência"].

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