1. Pergunto: de que serve um sindicato, uma classe, que após quase 3
meses de impasse junto ao GDF em relação aos pagamentos atrasados
realiza uma semana de paralisação das atividades no início do ano letivo
para, no fim, hoje acatar, basicamente, a mesma proposta que o governo
já havia apresentado anteriormente? Como justificar ante a sociedade, a
comunidade de famílias e estudantes, essa semana de paralisação depois
disso?!
2. Por que a maioria da assembleia acatou o parcelamento
do nosso pagamento - que foi tão atacado anteriormente -, que será
realizado, não mais pelo endividamento público do GDF (A.R.O. - que
também era um problema...), mas pelo remanejamento de verbas que
serviriam para pagar servidores/serviços de outras áreas do governo?
Então, tudo bem tirar o salário dos outros pra pagar o nosso?!
3. O sindicato dos professores convocou nova assembleia com indicativo
de greve para o 5º dia útil de abril (!) contando, evidentemente, com o
~fortalecimento da organização da base~. Quanta pelegagem! Quanto
esforço pela desmobilização!
4. Se as condições jurídicas e
orçamentárias se alterarem nessa semana que entra - como essa liminar
suspendendo o parcelamento dos salários da saúde - e nosso salário
novamente atrasar? Vamos ter de começar a organização toda novamente,
aguardando as reuniões dos negociadores do sindicato com o governo? Tudo
isso me lembra dezembro, quando o sindicato se reunia com o Agnelo que
dizia "nessa noite o salário estará na conta!" e fez isso umas, sei lá, 5
vezes...
5. Por que, já que havíamos iniciado o transtorno que
é, tanto para nós quanto para a comunidade escolar, a paralisação, não
declaramos o indicativo de greve hoje mesmo, forçando outra proposta do
governo que nos fosse mais objetiva na garantia das demandas?
Taí: pra mim, o sindicato arregou em peitar o TJDFT e pagar as multas
por dias paralisados (é um sindicato RICO. Quem conhece como funciona a psicologia dos ricos sabe que não correm qualquer risco com dinheiro) e,
com a radicalização, perder o controle da base da categoria. Alguns
micropoderes exibidos na condução da assembleia sinalizam isso. E, vamos
falar a verdade, a tal "base" é bastante criticável - pra dizer o
mínimo - em análise política... o que leva ao próximo ponto:
Tenhamos algum respeito à realidade: o sindicalismo ~petista~,
intrinsecamente ligado à ordem das instituições semi-feudais
brasileiras, esbarra em limites que a cada vez mais se insinuam. As
questões que se impõem sobre nós: quais são estes limites? Como
superá-los? Que nova organização poderá surgir daí? Como construí-la?
Eu não sei de nada!
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