domingo, 11 de maio de 2025

Soneto Para O Dia Das Mães

Lembro que um dia, rindo, me deixou pra trás

Desde então eu sofro e temo pelo abandono

E hoje quando me ocorre de amar demais

Ainda abano o rabo como cão sem dono


Sei que não me perdoou ser filho de meu pai

Nem acolhido como igual fui por seus ancestrais

Nem pude ser homem e herdar meus direitos

Veneno devo ter tomado vindo do seu peito


Racistas decadentes que ao mundo consomem

Sempre é tarde demais quando da sua partida

Em mim se encerra sua linhagem, assim me imponho


Ser antítese da gente que ostenta seu nome

Que apostava contra mim na roleta da vida

Com fúria, quero assombrá-los mesmo nos seus sonhos


J.B., 11/05/25

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