sábado, 12 de outubro de 2013

Memento Mori: Orgânico

Capa
Concreto Armado - Baixe aqui: Orgânico (2011)

 Há dois anos passei por um contexto de estresse que me levou ao delírio - que durou alguns meses - de ter certeza de que eu estava na iminência da morte. Bem, a morte é a única certeza da vida de qualquer um. E é sempre bom saber que ela está mesmo por perto, pra ficar esperto. Afinal, pra morrer basta estar vivo. Além disso, minha imunidade baixou consideravelmente, me levando a duas gripes em pouco mais de um mês, uma distensão da coxa e as dores inacreditáveis no joelho que viriam depois que comecei a correr, já no final de 2011. Então, naquele momento delicado, buscava refinar minha proposta estética - unindo as assinaturas de "Juliano Berquó" e "Concreto Armado" em uma só: a do Concreto Armado, como minha máscara final. Foda-se porque faço canção. Simplesmente faço-as. E, mesmo que eu morra agora, deixarei aqui minha marca, marco posição estética/política. Abaixo, seguem a lista das canções do projeto e a resenha escrita em 2011.
J. B., 12/10/13. 

Contra-capa
Baixe Aqui: Orgânico
41'43''
"Concreto Armado" é o nome-fantasia para todas as letras, todas as músicas [2011, exceto as faixas 2 (2005); 3, 4 e 5 (2006); 1 e 6 (2007)]; voz, guitarras, baixo, percussão, teclados e bateria eletrônicos (Piano Eletrônico 4.3); edição e efeitos de áudio; fotos e edição de capa e encarte, febre e dores de cabeça: Juliano Berko.

Não tem nada (muito) a ver com intelectual orgânico, talvez com biopolítica. "História Social da Ciência e Tecnologia" é uma disciplina de pós-graduação da UnB lecionada pelo senhor Cristovam Buarque, inspira a canção. A colagem da contra-capa tem, dentre outras, figuras de lixeiras e alertas de caminhões de lixo, cujas caçambas, ao abrir, podem matar esmagado quem estiver perto (o trabalhador). A caveira, de alerta de choque elétrico, é do prédio da FIOCRUZ no campus Darcy Ribeiro. Fotografei-a quando ali me abriguei de uma tempestade novembrina. "Crescer por crescer é a filosofia do câncer" eu retirei de uma palestra do prof. Ladislau Dowbor que, por sua vez, se referia a uma manifestação estudantil de uma "faculdade do interior de São Paulo" (Dowbor, "Economia Solidária", 2009). Depois, descobri ser de autoria de um intelectual estrangeiro, Edargd H.: "Growth for growth sake is the ideology of cancer cell". 

Arte do CD
Este disco é um delírio. Um pesadelo noturno, sonhava com violência urbana e lutas corporais. É um só e são várias paixões: sonhava com beijos em bocas nunca antes vistas. Mas eram noites diferentes. Este disco também é bem vivo, acordado. Material e materialista: Feito de plástico, silício, raiva, tesão, e demais sublimidades. Feito pra lembrar que a gente ainda é humano. Este disco não é meu, Juliano Berquó, é uma reação ao mundo que me cerca, um grito que pede (implora?) companhia. Este disco é nosso. É do concreto armado. "Onde Estou"?! Este disco é um absurdo!
Juliano Berquó Camelo.
Maio/2011
Email: julianoberko@gmail.com
Tel. Celular: (061) 85156753



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