1. O que acontece na luz, age na escuridão. E também o contrário.
2. Ainda sem acreditar no que me ocorreu nas últimas horas, pela milésima vez. Nas primeiras, seguia insone, procurando sentidos madrugada a dentro. Nessa noite, já pude dormir aliviado, experimentando profunda gratidão à vida por me libertar dessa relação venenosa.
3. Caíra na teia de uma rata, doutoranda em psicologia pela UnB, cravejado pelas garras de uma ave de rapina da Ceilândia norte! Certamente motivo para ela de orgulho na vida. Supondo que seja "vida" aquilo que ela experimenta, o que eu mesmo tenho mil razões para crer que não seja.
4. Por mil vezes pude atestar toda a manipulação da linguagem, toda distorção das minhas palavras, todo o tensionamento provocativo...
5. Em uma das últimas ocasiões, salvo engano em junho, ela veio sem bolsa -- não veio pra ficar. Veio apenas provocar uma discussão, a milésima repetição da mesma cena. A segunda muito idêntica a outra de 4 meses atrás: Veio à minha casa e procurou tirar de mim alguma acusação — restei silente e condescendente com as suas atitudes, nada disse que desabonasse a mesma — tão logo fui acusado de mentir que a amava e que insistia na relação apenas para testá-la. Infelizmente, isso me tirou do meu centro de gravidade. Acabei falando umas verdades, sem respeitar a distância segura para tal, o que vai contra a minha ética consolidada desde 2015, e tomei uns empurrões e unhadas. Eu nunca havia sido agredido assim por mulher nenhuma. E nunca mais serei.
6. Há cerca de duas semanas, ela entrou em crise novamente. Os sinais estavam todos lá: hiato na comunicação, quando muito mensagens frias e protocolares, todo o falso-self dela operando comigo como se eu fosse alguém do convívio mais distante, não íntimo — os estranhos agradecimentos que ela proferia para os gestos de amor que se espera em uma relação..., a falta de implicação em atividades conjuntas, eu tive que ir ao seu portão sem ser chamado na véspera deste dia. Até que, no início da semana, ela finalmente se abriu e disse não estar bem. Que não estava confortável com a própria vida, de um modo muito amplo, usou, inclusive, uma expressão que usei em outro texto e cuja fonte primária é o Zaratustra — ela teria "apodrecido no pé". Perguntei se havia e qual seria a minha participação naquele desconforto. No que prontamente me responde que não se sente mais confortável em conversar certas coisas comigo, que sempre lembra de coisas que eu já disse. Eu mudei meu estado de ânimo e declinei de continuar a conversa presencialmente porque a tristeza assaltara o meu coração. Voltei para casa, mas decidi entrar em contato por mensagem novamente. Reclamou de não poder falar de qualquer coisa que tenha vivido com sua mãe, que acha que errou por ter sido imatura na nossa relação. Eu exigi uma posição. Eu entreguei 2 anos da minha vida nessa relação. Tinha, e ainda nutro na minha alma, a expectativa de viver uma relação tranquila, amar e ser amado pacificamente, como eu já experimentara uma vez na vida (a mais gloriosa experiência de amor que jamais tive, com a mãe de minha segunda filha), sem estar ao lado de uma pessoa que está angustiada com minha presença. Isso não é amor. É doença. Ela, então, decidiu pôr fim à nossa relação ali, por WhatsApp! Até meus bons alunos do ensino médio com quem conversei depois disso confirmaram a vileza de findar uma relação dedicada de anos assim. É pura covardia. Desaforei, pois, a grosseria é a mais humana contradição, e quem não sustentar a lâmina fria da minha palavra que pereça por ela, e interditei toda a nossa comunicação.
7. Anteontem decidi enviar uma derradeira mensagem, por email, cuja resposta foi tão empolada, tão falsamente tranquila e bem resolvida, com todos os sintomas da neurose gritando alto por trás de cada afetação superior de quem finge muito bem possuir autocontrole, ao menos uma continência verbal hipócrita, que quedei angustiado ao longo do dia de ontem. Havia ainda um livro dela aqui, o ótimo "Quarto de despejo", que não cheguei a terminar de ler, por desgosto..., e resolvi ir, contra todas as indicações dela mesma e do universo, bater em seu portão para entregar o livro e pedir para me dizer o que disse por mensagem cara-a-cara. Não me atendeu. Me fez ficar cerca de 20 minutos em frente a sua casa no esgoto a céu aberto que é a Ceilândia norte. Até que o traficante da esquina, o nobre guerreiro defensor da sua comunidade valorosa, veio me interpelar e sugeriu, de modo sutilmente ameaçador, que eu fosse embora. Ela teria entrado em contato com alguém solicitando essa ajuda? Como se eu fosse alguém digno dessa tratamento, ser enxotado por traficante de esquina?
8. Nem todos os títulos do mundo, nem todos os pós-doutorados possíveis, nem todo domínio da linguagem possibilitada pelas gramáticas de todas as línguas de todos os povos poderiam conferir dignidade a essa mulherzinha venenosa. E como poderia ser diferente?Tem uma flagrante e comovente dificuldade de se desconectar, de elaborar, a necessidade de amor dos pais. Me arrastou, bem mais de uma vez, para sentir o hálito morno da morte. Ontem, pela última vez! Que pereça na sua angústia longe de mim para sempre! Seus cachos com cheiro de óleo de coco não são mais que as serpentes de Medusa! Eu, que sou herói, não viro pedra — arranco a sua cabeça e a deusa Atena coloca essa imagem no meu escudo!
A víbora que pica Zaratustra não o mata com seu veneno. Apenas o desperta para o seu ainda longo caminho.
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