Há pouco estive sondando de uma outra mesa um happy hour de jovens senhores, gentlemans, dos médios degraus da maçonaria brasiliense. Reconheci um deles, um antigo colega de trabalho... Eu, que nesta seara, estou mais para rosacruciano, o avesso de um decadént, tal qual um Prometeu -- o que está oculto trarei um dia à luz -- perscrutei com razoável desgosto tal encontro. Eles eram mau-constituídos, feios, desproporcionais -- o que seu instinto compensou em espírito. Talvez esse o motivo maior de seu ódio à vida e à humanidade. Voltando a mim mesmo, não pude escapar da reflexão de sempre ter tido o anseio de atingir a perfeição. Essa era minha obsessão quando adolescente, ainda me recordo. Descobri maravilhado nos idos de 2015 que eu atingira, num equilíbrio de disposição fisiológica, a perfeição como estado natural; longe de ser uma condição de morbidez monocórdica, de perene serenidade de humor, nesse estado perfaço o repertório de afecções que a vida me conferiu, exercito a dialética do meu espírito, aprimoro as faculdades do meu corpo, noutros termos, mantenho uma saúde elevada, grande. Nada há que esperar de uma "vida eterna" -- isso soa mesmo, para mim, como uma morte lenta. Moral da estória: desconfiar, reter forças, até subjugar, se necessário, tudo o que não for belo como eu.
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