Bem mais de uma vez na vida eu vi sacrificarem o(s) seu(s) primogênito(s) em nome de um ideal de si mesmo. Ter no mundo um filho: daí fala a voz gutural, a mais profunda e tenebrosa que alguém pode sentir dentro de si e que nos impulsiona, compele, obriga, subjuga diante de uma meta, um desafio, uma "necessidade férrea". Depois de vencidos os desafios, cumpridas as metas, satisfeitas as necessidades (que já não se apresentam assim tão férreas) — o sacrifício já está feito, não nos é dado lamentar ou nos arrepender: há que se seguir adiante. Em outras palavras, as gerações vindouras são fiadoras da coragem, no fim das contas, de criar um novo mundo (um novo universo psíquico na mente dos pais, por conseguinte, uma nova realidade de relações de produção da materialidade da vida, etc. etc...). Essa conta — pagamos com amor.