segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Lascivo

Uma palavra a favor do mais mecânico amor-próprio: quanta alegria há em saber dar prazer a si mesmo! Quantas transas eu não trocaria hoje - de uma mais madura perspectiva - por uma paciente e caprichosa masturbação. Quanto sexo feito com sono, cansaço, embriaguez, vergonha, vaidade e tantos outros desenganos... quanto sexo mal-feito, desonrando o sentido da terra! Melhor seria não tê-lo feito! A honra, que nos é comum e perene, nos impedia de regalar-nos ante os outros com tais experiências desmedidas da luxúria. A honestidade para conosco nos embebia em má-consciência... Melhor seria ter ficado em casa aquele dia!

Bem sei como sentem-se os casados, ou os que estão juntos há longo termo, ou os que têm demasiada intimidade e já enfastiaram seu paladar do sacarino (e ludibrioso) "conhecerem-se um ao outro": são como cães num canil. Uns vulgares, em eterno cio; outros, desditosos, já castraram-se a si mesmos. Uns satisfazem-se com a ração que lhes é oferecida sempre, têm horizonte restrito e contentam-se com pouco, falta-lhes imaginação, talvez; outros tremem o corpo inteiro quando lhes farejam estranhos e, assim que podem, correm desesperados de volta para o seu refúgio, e depois ainda latem desdenhando do seu próprio desejo pelo desconhecido; outro ainda transborda de anseio, está salivando o tempo todo, sempre à procura de algo novo que satisfaça a sua furiosa luxúria, quer seja por um instante: noutro momento ela voltará ainda mais intensa. 

Um ladrão ardiloso que lançava peças de carnes nobres para distraí-lo a este último se aproveitava do momento fortuito para invadir aquela casa e furtar as joias ali guardadas, que por tanto tempo foram tidas como tesouro de família. Até que um dia não restara mais nada para roubar: foi se embora o ladrão e o cão, de hipertrofiado desejo devido à dieta a que fora posto, foge de casa em busca de novos sabores e texturas. Como apenas os cães, esses melhores amigos dos homens, sabem fazer, salta para fora do canil em que sua vontade e força eram meros instrumentos da vontade alheia e vai latir, uivar e revirar latas para satisfazer a sua própria, em um vir-a-ser cão selvagem.

Este é um grande signo da liberdade, que antecipa muitos outros.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Impotentes

Um pouco mais sobre aquele feminismo decadente, o feminismo ~pára-que-tá-feio~:

1. "Ele não quis desconstruir seus privilégios" - Significa: ele não quis ser meu escravo. 
2. "Ele está me silenciando" - Significa: ele expõe uma perspectiva divergente sobre o assunto. 
3. "Ele ignora minhas vivências" - Quer dizer: ele não fetichiza um suposto "dado empírico" para analisar uma teoria, uma ideia que justifique determinada perspectiva em determinado contexto. 
4. "Se ele tem problemas com a mãe, já é suspeito!" - Estão há alguns milênios atrás de Nietzsche, Freud, Foucault, Deleuze, Guattari e o Anti-Édipo... Ou então, no regime do patriarcado, não são as mulheres que educam as crianças e perpetuam a sua ideologia? O machismo - boo! - é, então, inato nos homens e daí segue-se uma ridícula misandria. Essa gente objetivamente atrai relacionamentos abusivos para confirmarem suas teses.

Este feminismo - um machismo envergonhado de si mesmo - é a desventura intelectual mais triste de nossos tempos! 
Está pareado com um certo movimento racial e de "defesa dos animais", quer seja o que isso signifique, todos guardando muita semelhança com os movimentos de afirmação do cristianismo primitivo. Evocam a culpa, a inação, a ireflexão, uma obediência a uma autoridade sacerdotal - no caso, as "mulheres" e suas "vivências". Na falta de outro melhor, digo-o eu mesmo: de nada adiantam "vivências" se não possuem "inteligências"!

São os insistentes grãos de poeira que grudam nas nossas botas, mas impotentes em parar a nossa marcha!

Nietzsche, Um Comunista

Ou - respeitando a memória de Nietzsche que rechaçaria qualquer rótulo (com toda a razão e não é essa a minha intenção) - porque sou um nietzscheano de esquerda

Em toda a sua obra, do "Humano, Demasiado Humano" (1878) a "O Anticristo" (1889), Nietzsche explicita diversas vezes o seu anti-socialismo. Ele capta nas sutilezas dos discursos e práticas socialistas 1) a apologia a um poder totalitário, centralizador; 2) afetos negativos - vingança, inveja, etc. - que denotavam impotência, o mal dos escravos; 3) e, de modo geral, equiparava os socialistas aos burgueses no âmbito da moral - disputavam ambos o mesmo campo de valores (sobre este aspecto, no início do "Aurora" [1881] há uma breve referência aos camaradas anarquistas). Os burgueses seriam os escravos que se rebelaram primeiro, seguidos no calcanhar pelo proletariado.

A despeito de diversos aforismos que se debruçam sobre estas questões, principalmente no livro de 1878, em toda a sua obra não há uma crítica, nem uma única palavra sequer acerca das ideias de Marx, o teórico que passa ao século seguinte como fundador do assim chamado socialismo científico - um silêncio ensurdecedor.

Aquele que sabe ler as pessoas percebe que, muitas vezes, quanto aquilo em que elas calam, elas mais falam. A proposta de tresvaloração dos valores de Nietzsche não me parece muito distante, objetivamente, da proposta de superação das dicotomias da sociedade burguesa - capital (burguesia) x trabalho (proletariado) - em Marx. Apesar de colocadas de formas diferentes, os horizontes delineados pelas duas perspectivas reservam-se similaridades. Nietzsche vem pelo debate ideal, isto é, moral; enquanto Marx pelo debate material, ou seja, econômico.

O problema do marxismo é que ele se assemelha a uma religião, com cisma do oriente e tudo o mais. Contra todo o senso comum que se apregoou ao longo do século passado nos círculos comunistas, o ideal marxiano - com a liberdade que me permito para interpretá-lo e criticar todo um século de lutas - é de superar aquela dicotomia a partir do proletariado, em um processo histórico - a "Revolução Comunista" - que depura essa classe, quando então, será abolido o trabalho, que é o núcleo do processo de gênese do capital - forma de relação entre as coisas e pessoas com objetivo de lucro, simplificadamente. Deste modo, não haveria mais proletariado enquanto classe - esta só existe em oposição à burguesia. A Revolução Comunista superaria as contradições entre burguesia e proletariado. Mais ainda e em outras palavras: sob o comunismo não existiria o proletariado. O ideal da "Ditadura do Proletariado" é uma interpretação que vem a ser encampada sem o menor pudor a partir de Lênin e a fundação do marxismo-leninismo, que ainda é levado a sério por algumas tarântulas perdidas por entre as estantes de bibliotecas empoeiradas...

Voltando à Nietzsche, para ele há ao longo da história a luta entre duas moralidades: a nobre e a escrava. De forma resumida, ele elogia todos os ideais nobres - força, beleza, inteligência, altivez, gratidão, etc. - enquanto desdenha dos ideais escravos - igualdade (identificada com igualitarismo, a supressão das singularidades), humildade (identificada com a mediocridade, a supressão do esforço de superação), etc. Na trilogia "Além do Bem e do Mal" (1886), "Genealogia da Moral" (1886) e "Crepúsculo dos Ídolos" (1887) ele certamente se aprofunda nestes temas, mas não posso comentá-los, pois, ainda não os li.

Em todo o caso, no "Ecce Homo" (1888) há várias passagens que sugerem que Nietzsche não era um conservador - justificador do status quo - ou mesmo um romântico - restaurador da ordem antiga -, mas que o seu elogio se dava à uma ideia de nobreza de caráter. A passagem sobre o "jovem príncipe" do I Reich a quem ele não daria o privilégio de lustrar suas botas é a que melhor ilustra esta interpretação. Há uma bela descrição do filósofo Epiteto - nascido escravo - no "Aurora" que, com determinada reverência, corrobora novamente com aquela visão. Todo leitor nietzscheano honesto sabe disso.

De modo que, para mim, quando Nietzsche nos falava do seu anti-socialismo não é preciso muito esforço para lembrar que o socialismo foi jogado na lama por muitos de seus partidários, o que nos acostumamos chamar de social-democracia. É só lembrar que temos no Brasil o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB, fundado a partir de uma dissidência da antiga UDN) que eu me declaro anti-socialista sem muito esforço. É reconhecer que as experiências comunistas do século XX - sem julgar moralmente a história, que é soberana - encontraram rapidamente os seus limites circunscritos dentro de si mesmas, e que não devem se repetir. Afinal, seria ou tragédia ou farsa. Para a construção do futuro em comum deverão ser forjados novos instrumentos a partir das práticas dentro das questões latentes da humanidade hoje e em cada recanto do mundo.

Sobre a despeitosa e absolutamente infundada associação entre Nietzsche e o nazismo, deixo um silêncio tumular sob o qual devem revirarem-se os restos mortais de sua irmã, aquela cidadã de bem, boa cristã, quem difamou o filósofo, editando canalhices postumamente e posando ao lado do Führer.

Até aqui - com as leituras do "Nascimento da Tragédia" (1872), "H, D H", "Aurora", "A Gaia Ciência" (1882), "Assim Falou Zaratustra" (1883-5), "Ecce Homo" (1888) e "O Anticristo" (1889) - podemos dizer com segurança - e alguma liberdade poética - que o esforço que Nietzsche fez, em vida, para que suas contribuições fossem reconhecidas levou-o à loucura. Um século ainda é muito pouco para fazer-lhe as devidas honras. Para quem não tem a digestão lenta, capaz de degradar longas cadeias de moléculas de nutrientes, não se recomenda sua leitura. Quem não tem a casca grossa, que não passe perto de sua retórica dilacerante!

Ambas as perspectivas, a do comunismo marxiano e a nietzscheana, são perspectivas para/de ação: a revolução e a tresvaloração. Que todo o esforço de inação, de refrear a reflexão, a crítica, a imaginação e a produção do novo sejam atropeladas pelo trem da história, pela potência da nossa vontade que se amplia! Nietzsche foi caminhando por entre montanhas e praias desertas; Marx por entre fábricas e vilas operárias... não importa mais: a globalização globalitarista ampliou forçosamente nossa superfície de contato. Não nos adianta mais reclamar sozinhos, sectários; de nada adianta ~o povo de humanas ir fazer miçanga~, os intelectuais escalarem suas Torres de Marfim, os corporativistas aparelharem seus sindicatos e reuniões de negociação à portas fechadas... estamos todos conectados numa rede de fluxos de valores - a evolução tecnopolítica do capital financeiro - contra a qual apenas a luta em comum pode fazer frente; para tanto, faz-se necessário um novo mapa desse espaço terrível - uma hipergeografia em que nos reconheçamos enquanto tal. Reconhecer-se em comum: o eterno retorno da diferença.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Hipergeografias: Alargadores do Mundo

1. Hoje, o que o mundo poderia ter a me dizer que não me faria ansiar por fazê-lo calar? Já nem me esforço por disfarçar o meu desprezo: o meu olhar de telescópio, todavia, é das poucas coisas que pode ampliar as pessoas pequenas, dada a acuidade da minha visão; também o que pode ver as estrelas e constelações em imagem mais aproximada de como elas são. A minha mão investigadora é o que pode elevar essas pessoas, ainda que uma brisa generosa possa carregá-las para longe de mim - grãos de poeira que são!
Como não me rir, com determinada circunspecção exercitada pelo espírito, do voluptuoso saltitar dessa gente; de seus gracejos e vaidades? Querem me alcançar e pensam que com isso, em algum momento e de alguma forma, podem me reduzir ao tamanho delas! Me rio! Contribuo para trazer alguma alegria ao mundo, o que enobrece.
2. Há muito tem sido dito, não sem um espanto de quem descobriu uma ruga no espelho, que a tecnologia diminuiu o mundo. Como pode isso? Se é que algo nesse sentido pode ser dito é que a tecnologia nos ajuda a enxergar o mundo do tamanho que ele é e, talvez, sempre fora! Mas esse mundo, pequeno e desprezível, deve ser superado. Não há espanto que basta para essa empreitada. Que as tecnologias - os novos olhos, mãos, ouvidos e bocas para dizer, ver, ouvir e criar o novo - nos permitam perceber os recantos ainda inexplorados, os possíveis rearranjos das coisas no espaço - e do espaço nas coisas, um outro tempo -, um horizonte de possibilidades que alarga o mundo, enfim.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

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É incrível como eu erro, vírgulas!

É banal, eu sei.

Tento sempre estar atento. É questão muito mais de atenção do que técnica, a meu ver.

Todos podem conferir aqui n'O Verso lá no Verso.


OBS.: Rascunho de postagem de 2010 recuperada hoje.

O Primeiro Filho

Durante milênios o poder de uma casta patriarcal era passado do pai ao filho primogênito e com ele as propriedades, demais benefícios econômicos, prestígio social, etc. Até muito recentemente, esse protocolo estava previsto no nosso sistema jurídico, fundamentado em práticas sociais tão antigas quanto legitimadas. Com o declínio das famílias patriarcais, que foram minguando ao longo das últimas décadas acompanhando o ritmo das transformações econômicas da população com a industrialização, o primeiro filho perde aqueles privilégios.

Hoje, entre as famílias hodiernas, os primeiros filhos e filhas - as mulheres, talvez, pelo hábito da forçosa submissão à família/marido, ainda mais - experimentam quase sempre afetos negativos do peso do mundo carregado pelos pais.
Os pais quase sempre querem castigar o filho por ele fazê-los carregar tanto peso e sempre lhe jogam na cara, com ódio, que o mundo é pesado! Quando o seu segundo filho vem logo, não se diferencia em muito o tratamento... Ambos os irmãos experimentam a vergonha de fazer o mundo pesar por sobre as costas dos pais - talvez o mais velho sinta-a mais. E em toda a sua experiência no mundo economizarão sempre a sua vontade, pra não correrem o risco de serem percebidos pela sociedade como mais peso - que recairia nas costas dos pais e, por fim, em mais raiva contra eles mesmos. Pois, a vergonha é o afeto mais venenoso.
Quando é o caso do segundo filho tardar, o primeiro experimenta a culpa dos pais pelo peso do mundo. Afinal, pela sua lógica, carregar parte do peso, contribuindo para cuidar do irmão ou irmã, diminui a sua vergonha ante os pais. E em tudo o que fizer irá sempre empenhar a sua servitude, aguardando o reconhecimento dos pais - o que, supostamente, lhe daria a liberdade da vontade... A servidão nesse caso é o hábito mais venenoso.

Já aqui temos um pai tal qual Atlas: não é o mundo, mas o universo inteiro que pesa por sobre suas costas e ele sabe que é esse o preço que se paga por aplicar na vida a sua vontade. Portanto, o afeto que o mobiliza é o orgulho. Nos seus filhos, que serão frutos de um profundo amor-próprio, quererá sempre a pureza da vontade: não irá querer castrar nenhuma pulsão, por mais inconveniente que seja, sob a ótica do trabalhador-40-horas-por-semana, dormir com a casa em desordem - brinquedos espalhados, louça por lavar, etc. Sempre que puder transmitirá aos filhos o seu orgulho e os fará brincar com o peso do mundo sobre as costas, pois, assim, crescerá nos filhos a força - a força da vontade em efetivar-se a si mesma, a potência! Neste sentido, propiciará que o gérmen da autonomia brote e gere seus próprios frutos e flores. Não espera nada de seus filhos - nem que eles compartilhem do peso sobre suas costas, nem que eles se envergonhem dele, por vaidade venenosa... -, pois, quer apenas dar-lhes seu amor... O amor nunca quer nada em troca. Abençoados sejam os filhos de tais forças!

 

Mas e se fomos bombardeados de afetos tristes desde sempre, o que fazer? Nada que uma dieta equilibrada e exercícios físicos não possam ajudar, como suporte de um projeto de vida, com objetivo sempre de ampliar a nossa potência de vontade. Lembrando que, tal como o álcool deve ser evitado com frequência, existem pessoas tóxicas, que a prudência nos recomenda manter distância. Se as circunstâncias não nos permitem a absoluta extirpação de determinadas pessoas do nosso convívio, estabeleçamos uma relação o mais independente possível, sem descargas de ainda mais afetos tristes. Talvez até por isso foram criados o dia das mães e o dia dos pais!

Os Afetos e A Dieta

"O que eu como à prato pleno bem pode ser o seu veneno" [Raul Seixas, "Eu Sou Egoísta"]

Não há nada no âmbito dos nossos afetos que não possa ser debelado, gerido ou estimulado a partir da nossa dieta. 
Uma dieta de proteínas nos torna inequivocamente fortes. Em excesso, todavia, podemos desenvolver problemas renais, ou seja, nos tornamos impossibilitados de filtrar o nosso próprio sangue
Uma dieta de gorduras nos torna resilientes. Em excesso, nos torna passivos, obesos, impotentes.
Uma dieta de açúcares nos torna sensíveis. Em excesso, nos torna afetados, atrapalhando a nossa percepção e potência de ação.

É preciso o equilíbrio de tudo. E não basta um equilíbrio qualquer, tem que ser o equilíbrio adequado a cada corpo. 

Aquele sintetiza suas proteínas facilmente a partir de várias fontes e os açúcares e gorduras quase lhe passam ao largo devido ao seu metabolismo. Logo, comer carne lhe parecerá desnecessário, ou até mesmo violento. Para tal, o vegetarianismo talvez seja um bom fundamento ético auto-afirmativo. 

Este transforma rapidamente açúcares em gorduras e todas elas tornam-se, pelo seu metabolismo, em inconveniente tecido adiposo; enquanto apenas a partir das carnes consegue sintetizar suas proteínas. Para tal, recomenda-se cautela na ingestão daqueles primeiros nutrientes e a sua compensação pelo último.

E quanto a mim: a única imoralidade em comer carne é não ter sido eu mesmo quem caçou, matou, moeu, e cortou; dependendo para tanto de uma fria, mecanizada economia dos covardes.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Ode à Islândia

A humanidade não pode caber numa ilha de gelo... Logo, dali ela pode transbordar!

Alguns povos fizeram uma curva ali atrás, tomando o caminho do desmantelamento da ditadura financeira, colocando a economia em função das necessidades da população, como o fez o povo Islandês - que colocou na cadeia, não os excluídos, como nós fazemos no Brasil; mas os banqueiros que quebraram o país uns anos atrás.

Podemos chegar em um nível de civilização semelhante: basta-nos apenas dar um pequeno passo por vez, mas sem parar de caminhar!

Há 13 anos ouvimos o petismo bradar "nunca antes na história desse país blá-blá-blá...": eles pararam de caminhar. Resolveram sentar no meio da estrada, se aliando com o que há de mais atrasado na nossa sociedade, empacando a marcha da história...

Certas ações não ganham tanta publicidade porque a mídia do mundo é paga pelos bancos, claro. Mas quase sempre, porque é incontível aquilo que é honesto, conseguem furar o bloqueio e pular o muro da desinformação que nos cerca.

Como o povo da Islândia, basta-nos, não apenas reagir contra o que nos afeta nos tornando impotentes, mas agir para criar bons afetos, exercitando e ampliando a nossa potência!

Hoje me junto à humanidade em devir, com essa imagem emoldurada na consciência, que abre as portas de sua casa para receber os povos escolhidos pela guerra e miséria econômica; essa gente que hoje entra em combustão para aquecer os motores do doentio mundo ocidental, mas que não é preciso que seja assim.

Hoje sentamos à beira da praia juntos, eu e o futuro inteiro, chorando de esperança.