sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dia Primeiro

Olá! Faz tempo que não dou minhas caras por aqui.. venho hoje tornar pública mais uma de minhas canções.

Esta canção me veio à cabeça no dia 29 de abril (2010), véspera do dia do trabalhador, porém, terminei a letra (e gravei a música) apenas por volta do mês de agosto. Inspirado pela força do simbolismo de termos um presidente-operário discursando no dia do trabalhador, não lembro exatamente em qual evento, escrevi estes versos aproveitando para utilizar metáforas ("ontem à noite a estrela não brilhava mas amanhã virá o sol da liberdade em raios fúlgidos de amor e esperança") como forma poética de crítica ao governo do PT que, em diversos momentos nos últimos oito anos e a cada dia mais na gestão da Dilma Roussef, se mostra perverso em relação às esperanças dos trabalhadores em mudanças estruturais no Brasil e dilui cada vez mais a força daquele simbolismo. Procurei fugir do tom a que chamam de 'panfletário' e não falar dos trabalhadores de forma tão genérica, como figuras sem rosto. Logo, tentei transpor a minha realidade à canção e chamar os que me ouvirem, por ventura, à discussão e à luta.

Pode (deve) ser entendida como uma ode às 36 horas!

São duas guitarras base, uma solo no meio da música e o baixo costurando o som. Além da minha impecável voz!!!!!!!!!!!!!

Dia Primeiro by JulianoBerquo

Dia Primeiro


Hoje, a partir da meia noite,
Amanhã o dia inteiro,
É dia primeiro.
Ontem à noite a estrela não brilhava
Mas amanhã será o sol da liberdade
Em raios fúlgidos
De amor e esperança.

Hoje o dia foi de cansaço
E os galos matinais anunciavam
O apocalipse.
Mas agora a noite é de descanso
Enquanto o ranço está lá fora
À nossa espera
Com os olhos de fera.

O que se pode fazer com tão pouco?
O que se faz aqui. se faz com gosto!
O que se espera que surja de novo
Se o que está posto é o mesmo?

O que fazem todos com tantas certezas?
O que se busca com tanta pressa?
A quem interessa esta corrida incessante
Se o nosso tempo é tão curto?

Trabalhador erga sua voz
Trabalhadores somos todos nós
Trabalhador siga sua luta
Dilapidando a força bruta

“Hoje acaba uma guerra – não.
Acaba uma batalha.
A guerra vai continuar.
A guerra é destruir esse muro
que separa você das suas aspirações.
Talvez muita gente não entendeu o que eu falei aqui.
E eu to falando pro futuro.
Não to falando nem pro presente horrível que nós temos,
nem pro passado.
Eu to falando e pedindo a vocês: jovens, pensem grande.
O impossível torna-se possível se você quiser.”

(Edição sobre as Considerações Finais do candidato a presidente pelo PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, no debate da Rede Globo, em 30/09/10)

Ontem, o mundo era um desenho
No mapa da escola
Mas agora
Eu sei que o longe
É um lugar que não existe
Ontem as letras eram tristes,
Só figuras nas folhas dos livros
Hoje fazem sentido
Porque outro mundo é possível

Serei trabalhador da educação
Assim que concluir minha graduação
Trabalhador da arte enquanto
Eu acreditar naquilo que eu canto

Juliano Berquó Camelo,
Celebrando minha filiação ao Partido Socialismo e Liberdade, PSOL-DF.