quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"É o demo, o demo, a demó..

É a democracia.

Democracia que me engana
na gana que tenho dela
cigana ela se revela"
(Democracia, Tom Zé, "No Jardim da Política")

Transcrevo aqui um pequeno trecho de um diálogo, inserido num discurso de Cristovam Buarque (PDT-DF), Senador pelo Distrito Federal, entre este e o Senador Epitácio Cafeteira, PTB-MA.
Para quem não é de Brasília e não acompanha a política, Cristovam Buarque é professor, primeiro reitor da UnB na redemocratização em 1985 (orgulho para todos nós!), eleito Governador do DF em 1994, tendo perdido a reeleição para Joaquim Roriz, que já havia sido nomeado, por Sarney, Governador do DF em 1988 e eleito em 1989. Roriz é uma reconhecida "raposa" política de Brasília, como é o próprio Sarney no Maranhão, o morto ACM era na Bahia etc. Inclusive, pretende com seu discurso vazio, cheio de demagogia, voltar ao GDF agora que Arruda se fudeu legal.

Com tudo o que se passa em Brasília nesses últimos meses (pode-se ler anos sem muita mudança de sentido) e com a lucidez política daquele referido, me dou a liberdade e, em verdade, publico:

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O Sr. Epitácio Cafeteira (PTB - MA) - Mas V. Exª há de reconhecer que, pelo trabalho que fez em Brasília, não poderia ter perdido eleitoralmente.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (PDT - DF) - O povo é soberano. O povo sabe como vota.

O Sr. Epitácio Cafeteira (PTB - MA) - V. Exª, sem falsa modéstia, foi um grande Governador de Brasília e de repente perdeu a eleição - existia aqui a luta - para um Senador que renunciou por um erro no Senado, que de repente chorou e o povo não se incomodou com o que aconteceu e o elegeu e o resultado está aí.

O SR. CRISTOVAM BUARQUE (PDT - DF) - Obrigado, Senador. É muito gentil de sua parte, mas, quando eu perdi, eu cometi os meus erros. Não foi o povo e o eleitor que cometeram os erros. Fui eu que cometi os erros, nem que fosse por não conseguir seduzi-lo para minha proposta. O povo é soberano e o povo aprende cometendo os seus erros.

- Extraído do Blog do Senador Cristovam (Cristovam convoca forças sociais para reinaugurar Brasília - 24/02/2010)

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Vê-se aí, em um resumo claríssimo, o que pode ser chamado de democracia. A tal lucidez a qual me referi, que, inclusive, dialóga bastante com a canção genial de Tom Zé.

E quando li este trecho do discurso do Senador, lembrei-me também de um pressuposto da educação (pedagogia) contemporânea, que tanto já vi em 2 anos e meio de estudo de licenciatura na UnB:

Os alunos "fracos" não o são por natureza imutável, mas sim, por seu professor, ainda que munido de conhecimento e boa vontade ao longo do processo escolar, não ter encontrado a didática certa para cada caso de aluno em dificuldade.

(Perdoem-me a falta de referências à afirmação acima. Agora, tenho preguiça! Posso passar alguma coisa depois.)

Realizei Cristovam como sendo então o professor de Brasília e, num momento específico (o qual não cabe a mim julgar, pelos meus 20 anos, não vivi nem sei ao exato o que ocorreu naquelas eleições de 98), ele perdeu a atenção de seus eleitores, por mais que a sua proposta tenha sido em uma análise mais completa, a melhor.

O próprio Cristovam disse, em entrevista ao Jornal Nacional (muitíssimo tendenciosa e injusta, diga-se de passagem, não achei link para o video) como candidato à presidência da república em 2006, que Roriz ganhou, no 2º turno e por pouco, porque prometeu um aumento ao funcionalismo público do DF que, inclusive, não ocorreu após a eleição.

Agora, em 2010, o nosso professor pede a todos os seus alunos que lutem por uma reinauguração de Brasília. A reinauguração da ética na política e nas prioridades da administração pública.
O que será que a escola de Arruda tem a dizer sobre isso?
Veremos em Outubro. Até lá, um Infinito Outubro.
Até lá, haveremos de aprender..

Juliano Berquó,
Geografia, Bachareladando/Licenciando,
Universidade de Brasília.

Obs.: O texto deve ter milhares de erros de digitação e de redação mas tá tarde e eu estou cansado. Depois eu edito o que for percebido e preciso.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A José Roberto Arruda



A JOSÉ ROBERTO ARRUDA
*


José Roberto Arruda
Tua sina faz-se clara
Não bastou bancar a câmara
Pra limpar tua cara suja.

Arruda, não bastou
Superfaturar as obras do Metrô,
Teu criador** já está vindo
Devorar tua carcaça.

Arruda, as ameaças
De teus escravos aos protestantes
São apenas aditivos
À luta incessante.

José Roberto Arruda
É tua sina, teu calhorda!
Agarra-te à corda
E mergulhe ao suicídio.

José Roberto Arruda
Este foi só o início,
A aurora da justiça.

Postiça é a moral
Dos que admiram
O seu suplício.

Tua hora é agora,
José Roberto Arruda.
Pandora te reserva
Uma cela na Papuda.


Juliano Berquó.





*Faz referência à um trecho de um grande poema, "Dentro da Noite Veloz",
de Ferreira Gullar (Trecho abaixo):

"Ernesto Che Guevara
Teu fim está perto
Não basta estar certo
pra vencer a batalha.
(...)"

Claro, Arruda não é Guevara.
São dois pólos opostos.

E Juliano não é Ferreira,
são duas potências diferentes
mas, de pólos iguais.

**A referência à Joaquim Domingos Roriz não significa minha simpatia política à este. Muito pelo contrário. Este é um blog historica e declaradamente Educacionista. Também estou na batalha pela educação como motor do desenvolvimento.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Pulando o Carnaval: "Hallow Evening"

Olá madrugada,

No dia de ontem, 11 de Fevereiro, a tarde e o começo da noite anunciaram novas páginas nos futuros livros de história: o primeiro político PRESO, ainda no exercício da função.
Foi indescritível o sentimento de orgulho do povo brasiliense naquela noite e nas horas que se seguiram hoje com o indeferido Habeas Corpus ao Governador corrupto.

Foi um fato importantíssimo, pois, mostrou ao Brasil que em Brasília há sim justiça e gente esperançosa pelo bem, que luta pelo bem comum e acredita na atividade política por excelência, e que a democracia brasileira se limpa, passo em direção ao futuro.

Foi importante também para a autoestima do cidadão do Distrito Federal e ficou a sensação, a certeza de que Brasília há de ser para o seu povo.

Em Brasília, há de se concretizar a razão pela qual a mesma foi planejada, projetada e inspirada: Um exemplo de administração pública a ser seguido no país. Um motivo de orgulho e símbolo da união nacional. Uma cidade que congrega cidadãos de todos os estados do Brasil, a cara do "ser brasileiro", ainda e sempre tão em crise.

E, com isso, uma esperança mais concreta de uma mudança radical na política, em todas as esferas da República, neste ano de eleições. Tanto nos estados quanto no DF e na própria presidência da nação.

No início da noite (no fim da tarde) do dia 11 de fevereiro de 2010 o sol ardia em justiça e o povo aqui nessa terra tão pequena enchia seus corações de fluida coragem na luta pelos signos da ética. A história se escrevia pela mão de cada um que lutara e se perpetuava em códigos html, na liberdade individual que a nova era propicia.

Viva Brasília - Não é apenas um nome de empresa de ônibus da capital.

Viva Brasília, exemplo e orgulho para o país.

Viva Brasília e seu povo.

Hallow Evening
(Juliano Berquó)

Staring to the airplane
above my head
flying over the wings
of this city that belongs to me..

Staring to the sunset
on the infinity horizon
I wonder how it does
I wonder how can it be...?

And I feel kissing my skin
This cold night wind
In sky, I realize

The first star of night
Besides the moonlight
How I wish I could fly
But my weight is too high

Juliano Berquó

*Perdoem meu simple english,
a qualidade da gravação
e também meus "simple guitar solos".